Aqui
vemos a história de um cego de nascença chamado Bartimeu; Ele era mendigo e a Bíblia
nos informa que todos os dias ele mendigava a beira do caminho. “E, saindo ele
(Jesus) de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego,
filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho, mendigando.”
Sua vida não fazia
sentido. Cego e pobre, Bartimeu estava preso as sua situação terrível
e irreversível. Por não poder enxergar, Bartimeu certamente perguntou a alguém
que passava por perto sobre o porquê de tamanha confusão naquela estrada
costumeiramente tão deserta e solitária. Ao ouvir sobre o Mestre e sobre os milagres que Ele
fazia, Bartimeu não hesitou em gritar por misericórdia.
Os
discípulos de Jesus não entendiam ainda muito bem o evangelho que liberta o
oprimido. E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: "Filho de Davi! tem misericórdia de mim.”
O
Senhor, mesmo em meio a uma grande multidão, ouviu o clamor do cego. Bartimeu
vivia a beira do caminho e sua capa era sua única proteção contra o frio, o
sol, a poeira e tudo mais. “E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e
foi ter com Jesus.” Meu amado, Tenha
bom ânimo, Jesus está te chamando.
Jesus
disse: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida". Muita gente diz que está
"NO" Caminho, mas NÃO está nele, mas somente à beira do Caminho com
sua capa.
Quando
Jesus o chamou ele imediatamente lançou fora suas armas de defesa e correu ao
encontro de sua verdadeira liberdade.
Tem muita gente
que ouve falar que Jesus está chamando, mas ele fica na defensiva, procurando
se "proteger" dessa libertação. Usando subterfúgios até pra o Senhor
Jesus, Se acua tanto que, mesmo estando diante de Cristo, perde a oportunidade
de ser verdadeiramente LIVRE. Pra ser liberto tem que se entregar de corpo e
alma e espírito.
Ao se deparar com
Bartimeu, Jesus lhe faz a seguinte pergunta: “Que queres que te
faça?” (Marcos 10:51). Esta pergunta não foi meramente retórica, ou ironia do
Senhor (Já que Jesus sabia de sua necessidade), mas tinha o sentido muito
especial. Enquanto
Bartimeu estava pedindo moedas a beira do caminho, ele somente poderia alcançar
isso. Jesus olhou para ele e esperava ouvir aquilo que realmente estava em seu
coração.
“E
o cego lhe disse: Mestre, que eu possa enxergar.” (Marcos 10:51). Suas palavras
poderiam ser diferentes. "Eu preciso de uma esmolinha hoje pra eu comer, tô
com fome, resolve o meu problema de necessidade de alimento, sei que o Senhor
pode me dar algum dinheiro pra me ajudar" ou “Gostaria de ser
visto pelas pessoas que passam por mim.” Ou quem sabe: “Eu
sou cego, mas ninguém consegue me ver como um home, como um ser humano e
cidadão”.
Os caminhos
de Bartimeu estavam fadados a uma esquina qualquer, de uma estrada qualquer e
se ele tivesse pedido o que já era normal um mendigo pedir, certamente teria
recebido sua moedinha, mas continuaria cego e no mesmo destino terrível.
“E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo
viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.” (Marcos 10:52).
Precisamos clamar a Deus que nos ajude em nossa cegueira
espiritual, pois tudo o que precisamos não está na vontade dos homens, nos
políticos, grandes empresários, numa paixão, no dinheiro, na fama, mas está na
pessoa bendita do Senhor Jesus. Quem vive na presença de Jesus de
fato, esse tem tudo o que precisa. Mas muitos de nós estamos diante de Jesus,
mas não abrimos mão de nossa capa velha de religião, mundanismo,
tradicionalismo, carnalidades, de mendigos espirituais e cegos.
Precisamos
lançar fora toda essa velharia que nos marca como cegos e mendigos e nos
lançar, render totalmente na presença do Senhor e então decidirmos pela
liberação e não pela esmola.
Bartimeu
era cego fisicamente, mas não espiritualmente. Hoje há muitos cegos dentro das
igrejas que mesmo estando diante do Senhor Jesus que pode transformar a sua
vida numa vida Abundante de salvação e bênçãos mil, optam pelas esmolas
espirituais. Preferem ser mendigos e ficarem a mercê de uma coisinha aqui outra
alí, do que se entregarem totalmente ao Senhor.
Nossa
retórica teológica esta longe de ser parecida com a doce voz do Senhor dizendo:
“Que queres que te faça?” Hoje estamos mais dispostos a “unção de
multiplicação” ou a “eu quero mais, mais, mais, mais…” Somos mesquinhos e a
cada dia nos tornamos mais Fariseus e egoístas, propagadores de um evangelho
pobre que somente visa a riqueza pessoal.
Pr. Aparício
Gomes
02.09.2012